domingo, 29 de maio de 2011

Ainda não aprendi

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo. Dóem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até do momento em que ele disse que não iria está lá por que não queria, você pode ficar em um canto ele em outro, estão brigados, mas pelo menos tinha ele na mesma cidade, tinha um contra tempo mas ele  estava ali do seu lado, eu tenho saudade do tempo em que ficavamos agarradinhos e dormiamos e no outro dia você saia louco com medo dos meus pais, podia ficar o dia inteiro sem te ver, mas podia ouvir sua voz. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é não saber, saber se ele ainda continua com aquele mesmo sorriso, se foi bem naquela prova da faculdade, se ele ainda vestir as roupas que você deu, se ele ainda tem o mesmo gosto musical, se ele ainda senti alguma coisa por você. Saudade é não saber, não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que imterropa  o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

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